O projeto Veredas Sol e Lares foi destaque em apresentação durante Semana de Arte e Cultura do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG)

A Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas) participou da Semana de Arte e Cultura do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) de Ipatinga, que aconteceu no dia 29 de maio. No período da manhã, foi realizada uma roda de conversa que contou com integrantes da Aedas, representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e estudantes do campus.

Nesse espaço, Pedro Gonzaga (MAB) falou sobre o rompimento de Mariana – que completa 10 anos em novembro – e sua ligação com a exploração desenfreada do meio ambiente. As mudanças climáticas também foram citadas, inclusive suas consequências para a cidade de Ipatinga, que em janeiro de 2025, registrou mais de mil pontos de alagamento, além de interdições de vias e quedas de barrancos que vitimaram 11 pessoas.

O atingido Jandir Arcanjo, de Periquito, fez uma breve fala sobre o futuro da militância. Foto: Luciano Alvim / Aedas.

Os atingidos do Médio Rio Doce compartilharam suas vivências desde o rompimento da barragem. Jandir Arcanjo, atingido de Periquito, pediu aos jovens presentes que buscassem participar dos movimentos, para construir um futuro melhor em que rompimentos não sejam mais uma realidade. Célio de Oliveira, de Cachoeira Escura, falou da importância de ter uma “dimensão do ser humano, de entender o lado do atingido, que sofreu com o rompimento”.

Projeto Veredas Sol e Lares é apresentado para estudantes 

A Usina Fotovoltaica Flutuante (UFVf) instalada na Pequena Central Hidrelétrica de Santa Marta, em Grão Mogol (MG). Foto: Divulgação Veredas

A Usina Veredas Sol e Lares, localizada em Grão Mogol, no norte de Minas Gerais, é a maior usina fotovoltaica flutuante da América Latina. Sua energia gera economia nas contas de luz de mais de mil consumidores da região. O projeto envolveu comunidades de 21 municípios no Vale do Jequitinhonha e região do Rio Pardo, e foi realizado via Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da ANEEL, a Agência Nacional de Energia Elétrica.

Lívia Shikasho faz apresentação sobre a Usina Veredas Sol e Lares. Foto: Luciano Alvim / Aedas.

Na ocasião, Livia Shikasho, do projeto Veredas, fez uma apresentação com fotografias que mostraram o projeto desde seu início até sua implementação, e detalhou alguns dados do serviço prestado de fornecimento de energia elétrica. Segundo dados apresentados, cada domicílio participante na região da Usina tem gratuidade de 70 kWh por mês. E do total de energia gerada, 30% é dedicado à população do projeto, enquanto os 70% restantes são vendidos a apoiadores de qualquer lugar do estado de Minas Gerais.

A vantagem de comprar energia elétrica do Projeto é o desconto de 10% em relação ao preço que seria pago na conta da CEMIG, que passa a cobrar do usuário – e receber diretamente – apenas a taxa de iluminação pública. O restante é pago para a Associação dos Consumidores de Geração Distribuída de Minas Gerais – Veredas Sol e Lares, criada exclusivamente para administrar a Usina, composta por moradores da região.

Pedro Gonzaga (MAB) falou também sobre as pautas defendidas pelo Movimento. Foto: Luciano Alvim / Aedas.

Após a fala de Shikasho, Pedro Gonzaga do MAB destacou o pioneirismo do Projeto Veredas, e a sua importância como comprovação de que é possível um projeto de soberania energética no nosso país, com geração de energia limpa e renovável como alternativa aos grandes empreendimentos hidrelétricos e fontes poluentes de energia.

Texto: Luciano Alvim (COM)

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