Campos de Atuação

Participação Social

O objetivo é garantir que as pessoas atingidas sejam ouvidas e que elas possam participar ativamente dos espaços de decisões que afetam suas vidas. Todos os dias recebemos contato das pessoas do território, seja por mensagens, ligações telefônicas ou visitas presenciais. A equipe de Participação Social está sempre pronta para atender, responder dúvidas e orientar com todas as informações necessárias. 

Espaços participativos 

Na metodologia de trabalho da ATI, os espaços participativos têm papel central na promoção da escuta qualificada e na construção coletiva das decisões. Entre esses espaços estão as reuniões da Comissão Territorial de Atingidas e Atingidos, Rodas de Diálogo, Visitas às comunidades entre outros

Equipe Multidisciplinar

A equipe da ATI é composta por profissionais das áreas de direito, saúde, arquitetura, ciências sociais e acompanhamento de povos e comunidades tradicionais. Essa diversidade técnica contribui para o encaminhamento das demandas, com embasamento e sensibilidade às especificidades locais

Mulheres  

Entre setembro e outubro de 2025, a Aedas realizou rodas de diálogo com foco no Programa para Mulheres, que prevê R$ 1 bilhão para a reparação dos danos discriminatórios causados às mulheres da Bacia do Rio Doce. Os encontros abordaram critérios de inclusão, formas de pagamento e prioridades, além de orientar a Comissão Territorial de Atingidas e Atingidos no preenchimento de um formulário que foi encaminhado às Instituições de Justiça em 7 de outubro de 2025. O Programa está sob a coordenação do Núcleo de Acompanhamento de Reparações por Desastres (NUCARD), responsável por definir a aplicação dos recursos. 

Moradia Temporária

No dia 10 de setembro, uma roda de diálogo foi dedicada à temática da moradia, com foco nos núcleos familiares em situação de moradia temporária. Apesar de diversos problemas habitacionais no território — como trincas em imóveis causadas pela circulação constante de caminhões — a situação das famílias deslocadas, que vivem em imóveis alugados, é especialmente preocupante. A cobertura dos aluguéis, garantida pela empresa responsável até dezembro de 2025, gera insegurança quanto ao futuro habitacional dessas comunidades. 

Diante desse cenário, a ATI está elaborando um Parecer Técnico com base em diagnóstico das condições de moradia e nos relatos das famílias atingidas. O documento visa qualificar o debate e subsidiar a construção de soluções que assegurem o direito à moradia digna e segura.

Saúde  

A saúde das pessoas atingidas é outra frente prioritária da atuação da ATI. A equipe da área tem acompanhado as reuniões do Conselho Municipal de Saúde de Barra Longa, contribuindo com reflexões sobre os impactos do rompimento da barragem no adoecimento físico e mental da população. Também acompanhou atividades como a “Oficina de Editais do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco”, promovida pelo Fundo Baobá, e da pesquisa sobre Conflitos Socioambientais e Saúde Mental no Quilombo de Gesteira.

Povos Tradicionais: ações integradas e escuta territorial

No eixo de Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs), a equipe realizou visitas técnicas às comunidades: Comunidade Quilombola de Gesteira, Comunidade Quilombola de Barreto, Comunidade Quilombola de Barro Branco, Comunidade Quilombola e Ribeirinha Volta da Capela, e a Aldeia Indígena Takruk-Mah Krapok (Comunidade São Gonçalo), do povo Borum-Kren. 

As visitas tiveram como objetivo escutar as histórias de vida e as formas de organização de cada comunidade, identificar as principais demandas relacionadas à reparação e apresentar a atuação da ATI no território. A equipe observou que, embora as comunidades tenham demandas diversas, há consenso sobre a importância de que as reuniões com os PCTs ocorram de forma específica por comunidade, respeitando suas identidades e modos de vida. As comunidades também sugeriram atividades voltadas à discussão sobre seus direitos e ao acesso às políticas públicas de saúde, educação e outras áreas essenciais. 

Além das visitas presenciais, foram realizadas reuniões virtuais com representantes da Aldeia Takruk-Mah Krapok, incluindo o Cacique Danilo, do povo Borum-Kren. Os encontros buscaram aprofundar o entendimento das demandas locais, especialmente sobre participação em editais e ações de fortalecimento do pertencimento indígena, como oficinas tradicionais. Na Comunidade Quilombola e Ribeirinha de Volta da Capela, estão sendo construídos diálogos para que a própria comunidade apresente seu Protocolo de Consulta à equipe da ATI, garantindo o reconhecimento de suas formas de organização interna. 

A equipe também tem acompanhado e apoiado tecnicamente atividades voltadas ao fortalecimento das comunidades, como o Festival Fala Quilombo, realizado em Itabira, que reuniu quilombolas e indígenas da Bacia do Rio Doce, entre eles os povos Pataxó e Borum-Kren. Também foi prestado apoio à inscrição de representantes quilombolas em editais voltados ao desenvolvimento de lideranças negras.