Esta edição do jornal traz relatos de agentes multiplicadores, que reforçam a força da participação popular. Temas como geração de renda, acesso à água, energia solar, fortalecimento das políticas públicas e valorização dos saberes tradicionais foram pontos centrais das discussões realizadas no Encontro de Agentes Multiplicadores (AGMs) e nos Grupos de Atingidos e Atingidas (GAAs).

A edição também destaca a iniciativa com as crianças, que, por meio da Ciranda, expressaram seus sonhos e desejos sobre o futuro de seus territórios, reforçando que a reparação integral só é possível quando se ouve e se valoriza a voz de toda a comunidade, incluindo os mais jovens. O jornal destaca a importância dos espaços participativos e do protagonismo das pessoas atingidas no processo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão e explica como os eixos temáticos foram construídos coletivamente para organizar as discussões sobre temas como saúde, meio ambiente, e reativação econômica, a partir do que foi estabelecido no acordo de reparação.

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O papel dos Eixos Temáticos na Reparação

O novo acordo de reparação — firmado entre governos, instituições de justiça e mineradoras — é extenso e envolve temas diversos, como: saúde, meio ambiente, trabalho, pesca, educação, mulheres, assistência social, povos e comunidades tradicionais, dentre outros.

Para garantir que esse processo seja compreendido e acompanhado de forma efetiva, a Aedas, junto com as pessoas atingidas, criou uma metodologia que organiza o acompanhamento do acordo em eixos temáticos. Esses eixos, que foram construídos e debatidos em espaços participativos, agrupam temas semelhantes e têm como objetivo centralizar as discussões e facilitar a participação popular e o controle social da população atingida.

Em nossas visitas recentes às lideranças engajadas, com agentes multiplicadores, e em cerca de 80 reuniões de Grupos de Atingidos e Atingidas (GAAs) nos 15 municípios que assessoramos, os eixos temáticos foram debatidos e validados amplamente.

Este é um momento histórico e importante, pois é através desse protagonismo popular que as pessoas podem, de forma coletiva, construir a reparação integral que tanto sonham e merecem.

Além disso, os projetos comunitários, que estão sendo pensados e discutidos nos territórios, são uma parte essencial desse processo. Eles representam as necessidades e as propostas de reparação das comunidades, permitindo que a reparação seja construída de maneira justa e alinhada com os anseios do povo.

Não temos dúvidas: uma reparação integral é feita com participação das pessoas atingidas. Que este momento fortaleça ainda mais a luta coletiva e o protagonismo das comunidades atingidas na busca por aquilo que é de direito dessa população.

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