Nestes 3 anos do desastre houve uma intensa auto-organização da população atingida para estar informada e participar dos rumos da reparação.
A Aedas Paraopeba acompanha 138 comunidades, sendo 76 na região 1-Brumadinho e, 62 na região 2-Mário Campos, Betim, Juatuba, São Joaquim de Bicas e Igarapé. Acompanhamos, ainda 4 quilombos em Brumadinho e 36 unidades territoriais tradicionais (UTTs) de povos e comunidades de tradição religiosa ancestral de matriz africana. Cerca de 40 mil pessoas atingidas foram atendidas, cerca de metade já estão registradas (19 mil).
Cerca de 23 mil pessoas ainda aguardam a regularização do recebimento do pagamento mensal, incluindo bloqueados, atrasados e suspensos, sendo 6 mil casos em Brumadinho e 17 mil na região 2.
Foram registradas demandas de atendimento nos programas emergenciais da Vale. Em relação à água para beber e outros usos, foram registrados 119 pedidos em Brumadinho e 1.797 na região 2, no mês de dezembro de 2021. A demanda por alimentação e dessedentação animal foi de 32 famílias em Brumadinho e 48 na região 2.
Os relatos nos territórios atingidos é de que a enchente ampliou o número de pessoas atingidas e da área inundada, a lama de minério está novamente dentro das casas. As pessoas estão buscando orientações sobre os riscos da contaminação e de saúde. Já podemos observar o agravamento das situações de vulnerabilidade e aprofundamento da desigualdade.
No momento, a tarefa é fortalecer a solidariedade com as pessoas atingidas pela enchente e a defesa do processo coletivo com matriz de danos.
