Rompimento causou danos à saúde, intensificação de violências e comprometimento do meio ambiente
Levantamentos realizados pela Assessoria Técnica Independente apontam aumento da vulnerabilidade no município de Brumadinho

No ano em que completa 4 anos do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, o contexto de vulnerabilidade da população de Brumadinho vem se intensificando. A seguir, apresentamos alguns agravos ao meio ambiente, saúde e segurança no território, a partir dos estudos e levantamento realizados pela Aedas no trabalho de assessoramento às famílias atingidas.
Danos ao Meio Ambiente
Água para consumo:

Solo e solo superficial:

Poeira Intradomiciliar:

Peixes

uma concentração de antimônio no tecido muscular do pescado principalmente na Zona Jusante, excedendo os limites preconizados para o consumo dos peixes.
Coliformes:


Dados Emergenciais de saúde segundo DataSUS
Saúde mental

Saúde do coração

Saúde da criança

Saúde da mulher

Saúde do homem

Saúde do idoso

Violências intensificam após o rompimento
O adoecimento da população de Brumadinho alia-se ao aumento da violência sentida nos territórios, como decorrência direta da situação que se instaurou após o rompimento das barragens.
De acordo com o Atlas da Violência, houve um aumento de 435,48% nas mortes violentas no ano do rompimento em relação ao anterior.
Somente no ano de 2022, foram relatados e registrados pela Aedas 33 casos de violência, sendo 60% do total de 55 casos já registrados pela assessoria desde 2020.

Insegurança versus lucro na atividade minerária
Viver em território minerário também contribui para o aumento da insegurança nos territórios. Em Brumadinho, segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), há 27 barragens de mineração cadastrada, sendo que 2 barragens estão constando níveis de alerta e 5 barragens cadastradas com nível de emergência 1, ou seja, começando a apresentar algum risco.
Em contrapartida, a atividade minerária em Brumadinho segue a todo vapor e recursos financeiros arrecadados pela exploração mineral subiram após o rompimento segundo dados do CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais.

Texto: Felipe Cunha
Gráficos: Aleff Rodrigues e Valmir Macêdo