Projetos selecionados são de Aimorés, Itueta, Resplendor e Periquito

O Fundo Brasil de Direitos Humanos divulgou na última sexta-feira, 25 de outubro, o resultado do edital “Promoção e Defesa de Direitos Humanos na Bacia do Rio Doce” que selecionou 20 propostas de associações, coletivos e grupos de 16 municípios reconhecidos como atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão.  

O edital observou como temas prioritários o direito das mulheres, sobretudo negras, indígenas e quilombolas, e de suas comunidades e povos; combate ao racismo ambiental; direito à saúde e à segurança alimentar; comunicação para a luta por direitos; formação para a incidência política; direitos das juventudes e combate ao genocídio das juventudes negras na Bacia do Rio Doce. Prioridade, nesse caso, não significa exclusividade – o edital também contemplou propostas que tratavam de outras pautas de defesa de direitos. 

Das propostas aprovadas, quatro contaram com suporte técnico da Aedas no âmbito do projeto Médio Rio Doce: 

VALE DO AÇO 

  • Associação de Cooperação, Produção, Beneficiamento, Comercialização e Consumo Agrícola e da Pesca do Assentamento Liberdade – ACOAL, de Periquito-MG, com o projeto “Estruturação da sede da ACOAL: avançando na organização comunitária do Assentamento Liberdade”, que busca reformar a sede da Associação.  
    A nova sede fortalecerá a capacidade da associação em coordenar projetos, promover eventos e defender os direitos dos assentados. 

LESTE DE MINAS 

  • Ocupação de Itueta, com o projeto “Feira Sociocultural da Ocupação Mulheres Ocupa”, que tem o objetivo de consolidar laços comunitários das famílias da ocupação, promover capacitação e fortalecimento feminino em defesa dos direitos das famílias.  
    O grupo busca também o direito ao reconhecimento enquanto usuários das políticas públicas e na conquista de suas moradias. A Ocupação existe desde 2016, e é formada por 47 famílias. 

  • Associação dos Remanescentes Pury de Aimorés – ARIPA, com o projeto “TEKÚA-SÚ UTXÔ TRIRRONÁRA PURY” (Sabedoria Purí); com o objetivo central de promover espaços de trocas intergeracionais e “(re) existência de memórias apagadas e silenciadas ao longo da história”.  
    O coletivo Puri reivindica também direitos como alimentação saudável, conquistando a segurança e soberania alimentares por meio do cultivo da própria comida. O povo originário Puri no município se organiza na comunidade Uchô Betlháro Pury. 
  • Associação dos Assentados e Assentadas do Assentamento Roseli Nunes II, de Resplendor, com o projeto “Horta Comunitária Roseli Nunes: Mulheres pela Soberania Alimentar e Fortalecimento Comunitário”, que tem como objetivo implementar uma horta comunitária com protagonismo das mulheres, e assim alcançar soberania alimentar das famílias do assentamento e fortalecer seus vínculos comunitários. 
    O projeto inclui poço artesiano, sistema de irrigação, canteiros e atividades comunitárias. O Assentamento Roseli Nunes II conta com 45 famílias.  

É importante lembrar que neste edital não participaram projetos ligados diretamente à reparação de danos provenientes do rompimento da barragem, uma vez que já existe processo com esse objetivo. 

VEJA TODOS OS SELECIONADOS: Edital Promoção e Defesa de Direitos na Bacia do Rio Doce: Fundo Brasil divulga a lista dos selecionados – Fundo Brasil

Texto: Luciano Alvim – equipe de Comunicação do Programa Aedas Médio Rio Doce