Considerando os impactos socioambientais provocados pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão da empresa Vale.  

Considerando o direito à informação e ao acompanhamento da atuação da AEDAS no território pelas pessoas atingidas. 

Considerando as enchentes e sua influência no agravamento de danos já existentes e incidência de outros danos socioambientais.  

Nós da AEDAS, assessoria técnica dos atingidos e atingidas da bacia do Paraopeba nas regiões 01 e 02, por meio desde documento, entende a importância e necessidade de esclarecer sobre alguns estudos realizados nos territórios atingidos referentes à coleta e análises de componentes ambientais como água, solo, ar, peixes, plantas, etc.  

Como está ocorrendo a atuação da AEDAS junto às consultorias nas Regiões 1 e 2 até o momento? 

Tanto na região 01 quanto na região 02, a AEDAS vem realizando há alguns meses junto às consultorias contratadas as etapas de coleta de materiais tanto no período de chuvas quanto no período de seca. Essas ações demandam tempo para organizar as coletas junto aos atingidos e atingidas em todos os municípios acompanhados, realizá-las nos períodos adequados e com as metodologias corretas, enviar o material para análise laboratorial, organizar e avaliar os resultados, elaborar relatórios técnicos, entre outras etapas.  

Neste momento, as consultorias contratadas pela AEDAS estão elaborando os relatórios técnicos relacionados às etapas de coleta, portanto ainda não temos resultados e análises concluídas para divulgação. Com os relatórios finalizados iremos apresentar os resultados à toda a população e, juntos e juntas, iremos pensar como utilizar de forma organizada esses dados em benefício dos/as atingidos/as. 

Atuação de outras organizações no território 

Diversas instituições vêm elaborando e executando atividades de coleta e análise de materiais no território. Essas ações trazem elementos importantes para conhecimento dos atingidos/as, e devem ser tratados de forma organizada, responsável e estratégica. 

Tendo isso em mente entendemos que a quantidade de informação e de diferentes grupos de pesquisadores, empresas e profissionais diferentes no território de vocês pode trazer muita dúvida e ansiedade com relação às problemáticas que os territórios atingidos enfrentam.  

Um dos estudos realizados por instituições parceiras, e que acreditamos ser importante repassar, é sobre a pesquisa organizada pelo Grupo de Pesquisa em Educação, Mineração e Território (EduMiTe) em parceria com laboratórios da UFOP, UFMG e outros colaboradores e voluntários, que está trazendo resultados sobre qualidade da água superficial em alguns municípios da bacia. Este estudo desenvolvido pelo EduMiTe após as enchentes de janeiro e fevereiro de 2022 tem como objetivo realizar análises de água superficial, da lama especificamente criada na última cheia do rio, de sedimentos e de solos da região.  

O primeiro ponto que temos que chamar atenção é que esta pesquisa é uma ação de grupos da sociedade civil com voluntários e algumas universidades parceiras, o que significa que a assessoria, AEDAS, não acompanha a execução do estudo, a metodologia utilizada, nem os resultados e as formas de divulgação dos mesmos. 

Apesar deste estudo não ser de nossa responsabilidade, entendemos que é muito importante facilitar o entendimento e trazer informações aos atingidos e atingidas sobre os mais diversos temas no território. Portanto, a primeira coisa que indicamos é que consideramos legítimo e importante todo e qualquer esforço de instituições e grupos diversos que venham a levantar dados confiáveis e auxiliar os atingidos/as na luta pela reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem e seus desdobramentos até o momento, que vem se acumulando e intensificando ao longo do tempo.  

Quem se interessar em saber mais sobre a organização dos estudos, entidades que participam dele e os resultados encontrados até o momento pode visitar a página do EduMiTe.