O Plano de Recuperação Socioambiental, elaborado pela empresa Arcadis, contratada pela mineradora Vale, tem exigido atenção das Assessorias Técnicas Independentes (ATIs). No início de julho, a Aedas iniciou uma formação sobre o tema com os Agentes Multiplicadores. As reuniões foram realizadas simultaneamente no dia 9 de julho em Brumadinho, na região 1, e em Betim, São Joaquim de Bicas, Mário Campos e Juatuba, na região 2, envolvendo mais de 150 pessoas atingidas.
“Nesta primeira reunião, a gente apresentou o básico de algumas informações para iniciar o entendimento sobre os estudos e o plano, entendendo que são dois assuntos bem complexos, com metodologias diferenciadas”, contou Maria Clara Dias, da equipe técnica de Socioambiental da Aedas.

Plano Arcadis e estudos.

Como abordado na 8ª edição do Vozes do Paraopeba, o Plano de Recuperação Socioambiental é uma determinação das Instituições de Justiça à Vale, que deverá responder no documento quais as medidas e ações deverão ser adotadas pela mineradora para a recuperação do meio ambiente. Este processo abrange outro tema em discussão com as lideranças: os Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico.
Os estudos, elaborados pela consultoria Engenharia de Proteção Ambiental – grupo EPA -têm o objetivo de identificar os riscos potenciais à saúde humana e ao meio ambiente devido à presença do rejeito no solo e nas águas do Rio Paraopeba, além de definir estratégias de intervenção para os territórios atingidos.

Lideranças atingidas se reuniram em julho nas duas regiões. FOTOS: Rafael Donizete/Aedas.

Atenção das pessoas atingidas.

Com fases previstas para os 29 municípios, os estudos devem convidar as pessoas atingidas para conhecer as atividades realizadas. Porém, o desenvolvimento dos estudos e a elaboração do Plano Arcadis ainda geram receio entre as lideranças.
“O que me deixa preocupado é o vínculo dessas empresas com a Vale, porque pode acontecer manipulação de informações. Será que nós estaremos sendo realmente representados por elas que estarão levantando toda essa questão de reparação e dos riscos?”, questionou Washington Moreira, da Associação de Moradores de São José do Paraopeba.

Coletivos aprofundam o tema.

As Assessorias Técnicas Independentes têm buscado construir uma metodologia que garanta a informação qualificada entre as comunidades atingidas sobre a execução dos estudos. Para isso, a Aedas consolidou coletivos formados pelos Agentes Multiplicadores nas duas regiões e busca aprofundar o debate.
“A partir desses coletivos pensados de forma metodológica, as próximas reuniões servirão para aprofundar sobre estes assuntos para que a população atingida consiga ter o entendimento de forma mais complexa destes processos que se relacionam aos temas da reparação socioambiental”, explicou a técnica da Aedas.

Texto: Rafael Donizete.

Leia essa e outras matérias na 9ª Edição do Jornal Vozes do Paraopeba!