Foto Rurian Valentino.

As devolutivas dos resultados do estudo para levantamento de danos Socioambientais e na Saúde, realizadas pela Aedas, continuam em Brumadinho. Dezenas de pessoas participaram das etapas de entregas individuais (mais de 140) e comunitárias (99, até o momento).

Participaram das etapas das devolutivas, membros de comissões, comitês, associações, lideranças e moradores/as da sede de Brumadinho, Zona Quente, região de Ponte das Almorreimas, região de Casa Branca, quilombos e de diversas comunidades que compõe os distritos de Conceição do Itaguá, São José do Paraopeba, Aranha e Piedade Paraopeba.

As coletas analisadas incluem amostras de ar, água de consumo humano, água subterrânea, peixes, rejeito, sedimento, poeira intradomiciliar e solos. Foram 312 amostras coletadas em 284 pontos de coleta.

Marco Antônio, integrante da Comissão pela Água dos Moradores do Tejuco, em Brumadinho, aponta que a questão do meio ambiente saudável e equilibrado é fundamental. Ele destaca a importância das pessoas atingidas terem acesso a estudos independentes, contratados pela assessoria técnica.

“Nós precisamos, e temos esse direito, de ter um suporte técnico para que a gente reduza essa assimetria. Estamos enfrentando uma grande mineradora, um grande sistema de mineração que é muito poderoso. As comunidades precisam e têm o direito de conhecer os impactos desses danos para que a gente possa se organizar e possa reivindicar o direito à reparação”.

Para o representante da comissão, a assessoria pode melhorar trazendo às pessoas atingidas, cada vez mais, esses levantamentos em linguagem acessível.

COBRANÇA DA POPULAÇÃO

“Desde que chegamos para atuar no território, as pessoas atingidas cobram pela realização desses estudos. O território é alvo de muitas pesquisas, mas a população sente falta de um levantamento próprio que aponte um retorno de informações para as comunidades. É o que temos feito nessas devolutivas: devolver esses resultados em diálogo com as comunidades”, explicou Nara Malta, coordenadora de Mobilização na Aedas.

Atingidos e atingidas participam das devolutivas comunitárias na R1 – Foto: Rurian Valentino

DADOS SENSÍVEIS E COMUNICAÇÃO DE RISCO

Por se tratar de uma região de rompimento de barragem com rejeitos de mineração, o processo das devolutivas requer um extenso diálogo com as comunidades envolvidas no levantamento.

“A Aedas tem feito um esforço muito grande e um diálogo com universidades e pesquisadores para passar essas informações sem gerar novos danos às pessoas atingidas. Por isso, optamos por visitas domiciliares e reuniões comunitárias”, reforçou Nara.

Foto: Rurian Valentino.

OFÍCIO ENVIADO ÀS INSTITUIÇÕES DE JUSTIÇA

Um ofício com o resultado dos estudos foi enviado às Instituições de Justiça. O diálogo sobre os resultados também será feito com o poder público, como prefeituras e secretarias.

Texto: Valmir Macedo.