25 de julho é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, desde 2014, é comemorado também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. 

No processo de reparação, elas são protagonistas na luta por justiça e são profundamente prejudicadas pelos danos causados pelo rompimento da Barragem de Fundão. Isso acontece, porque as atividades econômicas desempenhadas por mulheres, especialmente as mulheres negras, são dificilmente reconhecidas. 

No Médio Rio Doce, segundo dados do Registro Familiar (RF) da Aedas, aproximadamente 75,55% das mulheres negras NÃO receberam nenhuma indenização individual. Além disso, apenas 4,44% das respondentes negras do RF foram indenizadas pelo desabastecimento de água na região pelo Programa de Indenização Mediada (PIM-Água) e 6,33% receberam Auxílio Financeiro Emergencial (AFE). Ainda de acordo com os dados do RF da Aedas, estima-se que * trabalho doméstico aumentou para 88,15% das mulheres negras, em decorrência do rompimento da barragem de Fundão. 

Apesar das dificuldades, elas continuam engajadas na luta por reparação e cerca de 67,95% dos grupos comunitários que as mulheres negras participam atualmente têm como *pauta a busca pela reparação dos danos* promovidos pelo rompimento da barragem de Fundão, apontam os dados do RF. A discriminação das mulheres no processo de reparação é apontada na Ação Civil Pública, protocolada pelas Instituições de Justiça, que pede indenização por danos moral, material e coletivo às mulheres submetidas a violações de direitos durante a implementação do PG01-Levantamento e Cadastro da Fundação Renova. Essa ACP é também fruto da luta coletiva das mulheres negras atingidas! 

Neste dia 25 de julho, junto às mulheres atingidas, a Aedas reforça seu compromisso com a luta por um processo de reparação anti-racista e verdadeiramente justo!