No dia 17/08 (quarta feira) começa também a coleta de dados em território quilombolas para o Censo Demográfico

Igreja Católica na comunidade quilombola Sapé, em Brumadinho. Foto: Rurian Valentino/Aedas

O Censo Demográfico de 2022 começou no dia 01 de agosto e, nos próximos três meses, cerca de 75 milhões domicílios serão visitados. O Censo demográfico é uma pesquisa pública de extrema importância, onde uma equipe de profissionais contratados e treinados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa – IBGE realiza visitas domiciliares com o objetivo de coletar informações acerca das características da residência e de seus moradores. 

O órgão cumpre um papel importantíssimo na caracterização da população brasileira, desenhando o perfil socioeconômico das famílias e a estimativa de domicílios. 

Dados referente a idade, cor, raça, etnicidade, religião, escolaridade, renda e acesso aos direitos básicos como saneamento e iluminação são coletados pelo IBGE e são imprescindíveis para que instituições governamentais possam formular, planejar e subsidiar políticas públicas que dialogue com as demandas da população.  

No dia 17/08 (quarta feira) começa também a coleta de dados em território quilombolas para o Censo Demográfico.  

 Devido aos protocolos sanitários de combate a pandemia do COVID-19 e dos cortes orçamentários realizados pelo governo federal, nos últimos dois anos, essa pesquisa encontrava-se em atraso. O IBGE então retoma agora, agosto de 2022, com um grande avanço em seus estudos: pela primeira vez vai realizar o levantamento da população quilombola e mapear os povos e comunidades originárias Povos de Identidade e Tradição de Matriz Africana que, também, poderão ser mapeados através da categoria religião. 

Entidades representativas destes Povos Tradicionais, a exemplo da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas – CONAQ, chama atenção para indígenas não aldeados e quilombolas que residem fora do domicílio e da comunidade não se preocuparem no preenchimento de seus cadastros, pois os recenseadores – agentes que farão as coletas em domicílio – estarão treinados para cadastrar o endereço como domicílio quilombola.  

A autodeclaração em estudos e pesquisas como essas são fundamentais para o enfrentamento da invisibilidade desses povos e dos obstáculos diante a promoção das políticas públicas e dos acessos aos serviços, como universidades, unidades de saúde etc.  

A Aedas sugere que toda a população atingida receba e responda devidamente os recenseadores. O questionário servirá para que as pessoas atingidas possam compartilhar e demonstrar como estão vivendo após três anos do desastre sociotécnologico na Bacia do Paraopeba e no Lago de Três Marias. Assim, todos e todas vão poder colaborar na construção do retrato do Brasil. O IBGE assegura que todas as informações coletadas são sigilosas. 

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