Na Ciranda é garantido o acesso à informação e as crianças e adolescentes se expressem a partir de maneiras próprias.

José, 8 anos, uma criança atingida de Brumadinho, é um dos personagens fictícios que compõe material produzido pela Ciranda em seu canal Aedinhas no Ar.
José deseja ter tudo aquilo que ele perdeu depois do rompimento. Antes José tomava banho no rio com seus amigos e jogava bola no campinho do bairro depois de vir da escola. após o rompimento: o rio ficou poluído, os amigos se mudaram, o campinho foi removido e a escola soterrada. José não acha essa uma situação justa e se pergunta: – E agora? E agora, José?
Assim como o José, muitas outras pessoas que moram em Brumadinho, e nas cidades que o rio Paraopeba corta, foram atingidas e, por isso, é necessário falarmos da reparação integral com as crianças.
Todo esse processo é trabalhado pela Ciranda da Aedas que conta com uma equipe de Pedagogia presente nas duas regiões assessoradas, voltada para a escuta e interação com as infâncias. Na Ciranda, a contextualização da reparação integral e a sistematização dos danos causados pelo rompimento são dialogados de forma lúdica e com o olhar focado nas diversas infâncias presentes no território.

“Na Ciranda garantimos o acesso à informação e possibilitamos que as crianças e adolescentes se expressem a partir de maneiras próprias, fortalecendo vínculos com esse público, a fim de reforçar e buscar expandir o sentimento de pertencimento respeitando as subjetividades de cada uma/um” afirma Janaína, pedagoga da R1.
Para que essa integração ocorra da melhor maneira possível, são elaboradas cirandas virtuais e presencias (seguindo todo o protocolo de cuidados para a prevenção da Covid-19) com histórias, brincadeiras, dinâmicas e espaços de socialização entre as crianças.

“A gente tenta construir um espaço onde as crianças entendam a importância do trabalho que os pais estão fazendo e para que entendam que elas são atores tão importantes quantos os adultos, para que isso tudo aconteça e tenham força para continuar nessa luta” explica Tatiane Valente, pedagoga que acompanhou a Ciranda na Colônia Santa Izabel.
Desde janeiro, foram realizados 19 espaços de Ciranda presenciais, reunindo 134 crianças. Quem participou do espaço, sempre quer ir de novo, veja o que diz Maria Cecília da Conceição, criança de Bicas, que participou pela primeira vez da Ciranda no dia 23 de abril em Mário Campos: “é muito legal, você pode vir com sua mãe e seu pai, eu aprendi a comer muito bem, comer frutas, verduras, não comer muitos doces”.
E se você deseja que seu filho ou filha participe das Cirandas online e/ou presenciais, entre em contato para participar do nosso grupo de Ciranda pelo telefone:
(31) 9 9504-0688.
Texto: Comunicação e Ciranda da Aedas
Leia essa e outras matérias na 6ª Edição do Jornal Vozes do Paraopeba!
