Técnicos da Aedas participam de reunião com integrantes da administração superior do IFMG Foto: Divulgação/IFMG

Na última quinta-feira (23), o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) recebeu, em sua sede em Belo Horizonte, representantes do Programa Médio Rio Doce da Aedas, organização que atua como Assessoria Técnica Independente (ATI) para as pessoas atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão.  

Conduzida pelo reitor do IFMG, Rafael Bastos, a reunião contou com a participação de todos os diretores gerais dos campi da instituição de ensino superior e com a presença das assessoras técnicas Isabela Morais e Mayara Costa, representando a Aedas; do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), representado por Thiago Alves; da educadora Reny Batista, do Educafro; e da vereadora de Ipatinga, Cida Lima. 

O encontro teve como objetivo apresentar a atuação da ATI, compartilhar as demandas educacionais dos territórios assessorados e projetar possíveis parcerias. “O diálogo institucional ocorre em momento oportuno, tendo em vista que o novo acordo de reparação prevê medidas de incentivo à Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação nos territórios atingidos, possibilitando o alinhamento de iniciativas educativas que promovam a autonomia das populações atingidas”, aponta Henrique Lacerda, Coordenador Institucional do programa Médio Rio Doce da Aedas.

A partir das demandas levantadas pela Aedas nos territórios, os representantes do Instituto Federal demonstraram interesse em somar forças no processo de reparação, colocando seus campi e projetos à disposição para oferecer suporte em áreas atingidas pelo desastre-crime de Mariana.

Isabela Morais, coordenadora da equipe de Patrimônio Cultural, Educação, Lazer e Esporte (PCELE) do programa Médio Rio Doce da Aedas, destacou a educação como ferramenta essencial para promover a autonomia e a emancipação das pessoas atingidas. “Os cursos de capacitação profissional de curta duração podem reaver as possibilidades de geração de renda de forma imediata, enquanto os cursos de graduação e pós-graduação oferecem uma capacitação acadêmica a longo prazo. Sabemos que a educação liberta, emancipa e reconstrói histórias”, afirmou.

Outro ponto importante levantado no encontro foi a conexão histórica do IFMG com os territórios atingidos. Antes mesmo do rompimento da barragem, os campi da instituição já estavam presentes na região, cumprindo um papel essencial no desenvolvimento local. Contudo, o crime da Samarco, Vale e BHP Billiton também afetou o IFMG, que enfrentou uma significativa evasão de alunos e alunas após o desastre-crime.

Mayara Costa, coordenadora da equipe de Raça e Gênero do programa Médio Rio Doce da Aedas, destaca que esse compromisso educativo, para a Aedas, contribui diretamente para a construção de um futuro mais autônomo para as comunidades atingidas. 

“É fundamental que as instituições, como o IFMG, se aproximem das comunidades atingidas não apenas para apresentar seus projetos, mas também para ouvir as demandas diretamente das pessoas. Estamos construindo, junto ao Instituto, a ideia de um momento nos territórios, onde eles possam se apresentar, dialogar com os atingidos e fortalecer o compromisso com a reparação e a educação emancipadora. Essa conexão é essencial para que as ações realmente atendam às necessidades do povo atingido. A presença do IFMG nos territórios, somada ao compromisso de ouvir e atender às demandas das comunidades, torna a instituição um parceiro estratégico para implementar essas iniciativas.”, destacou Mayara Costa. 

Ao final da reunião, o IFMG reafirmou seu compromisso em contribuir para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem, mostrando-se disposto a construir, junto à Aedas, ao MAB e às comunidades atingidas, projetos educacionais que promovam a transformação social e o fortalecimento das populações da bacia do Rio Doce.

Texto: Thiago Matos – Assessoria de Comunicação do Programa Médio Rio Doce da Aedas