Histórias Atingidas traz histórias de mulheres neste mês de março, data do Dia Internacional da Mulher

Renata Apolinária, 36 anos, é uma mulher forte e amparada pela religião. Vive a 50 metros do Rio Paraopeba. Moradora da Colônia Santa Isabel, comunidade de Betim, ela vive cercada de mulheres fortes, sendo três irmãs, três filhas e uma enteada.

A família de Renata, atualmente, vive do Programa de Transferência de Renda (PTR). Chegou a iniciar um curso em um Instituto de Beleza, mas parou para cuidar da casa e das filhas.

Renata e sua família iam muito para o Rio Paraopeba se divertir. Hoje, devido ao comprometido da qualidade das águas, Renata diz: “Não me lembro mais o dia que eu fui à beira do Rio”. O rio ainda serve de sustento para seu pai, que é balseiro e atravessa em seu barquinho pessoas de um lado para o outro..

Sua morada está com rachaduras, não se sabe se por causa da umidade devido a água do rio espalhada por de baixo da terra.

Após o rompimento, até os dias atuais, Renata e suas filham “sentem um mal-estar danado”. Uma de suas filhas tem rinite e ela, sinusite, devido ao acúmulo de poeira, sobretudo em decorrência de obras de rede de esgoto próxima a sua casa. “O trabalho doméstico aumentou muito. Fora o psicológico que ainda está muito mexido”, relata.

Hoje sua família, que antes recebia água mineral da Vale, compram pelo bem precioso e que deveria ser de direito de todos.

Sua relação com o plantio também mudou, “hoje, as plantas não vão mais para frente, os pingos de ouro eram bem verdinhos, além de ter que comprar alface por exemplo, portanto, os gastos aumentaram”.

Ela e suas irmãs participam de organizações de mulheres atingidas e Renata deseja para todas que elas possam ter mais fortaleza e resistência.

“Sei que não é fácil para nós mulheres, mas que tenhamos força e sabedoria para continuar na luta pelos nossos direitos”.

Por Felipe Cunha

Veja essa e outras matérias na 16ª edição do Jornal Vozes do Paraopeba