Conheça a jornada de Adriana pelos direitos socioambientais no bairro São Salvador, na região do Citrolândia

Fotos: Felipe Cunha – Aedas

Adriana Cristina Nunes, de 58 anos, foi mãe de dois filhos e é avó. Natural de Belo Horizonte, enfrentou desafios familiares que a impediram de prosseguir com seus estudos. Aos os 10 anos, trabalhou como carroceira e posteriormente no ramo de beleza, ainda na capital mineira. Mais tarde, ingressou no serviço público, trabalhando para a prefeitura de Contagem por 19 anos, antes de se mudar para Betim nos anos 2000.

Em Betim, construiu sua residência com sua família na regional de Citrolândia, no bairro São Salvador, e tornou-se proprietária de um bar, contando com a colaboração de seu filho, que faleceu tempos depois.

Após um AVC que a fez perder a visão, Adriana teve que reconstruir sua vida, mas manteve-se engajada na defesa do interesse coletivo. Uma de suas batalhas foi contra a operação de um aterro sanitário nas proximidades de sua casa e que funciona como descarte de entulhos e de materiais de construção.

Adriana afirma que o volume de resíduos depositados no espaço está alarmantemente alto. “Não podemos continuar assim. Está ocorrendo o descarte de lixo clandestino e itens que não deveriam estar ali. O local nos causa grandes prejuízos. O barulho constante do maquinário e dos caminhões, juntamente com a poeira e os tremores em nossas casas, são extremamente incômodos. Por isso, me envolvi em uma tentativa de fechar o aterro sanitário, que já foi dito há anos que seria um parque ecológico”, contou.

No início de 2022, durante o transbordamento do Rio Paraopeba, sofás e outros objetos contaminados com rejeitos de minério de ferro foram despejados no local.

“Esses objetos com lama chegaram a ser descartados para cá. Ao secar essa lama, a poeira e a areia também foram trazidas para nossas casas.”

Adriana também falou sobre a insegurança em relação à saúde. “Aqui em Citrolândia, há uma incidência alarmante de problemas de saúde, incluindo agravamento de condições renais, respiratórias e psicológicas, além de preocupações com a qualidade da água”, disse.

Adriana ainda questiona a falta de atenção das autoridades locais em relação à comunidade de Citrolândia, especialmente no que diz respeito ao Acordo, como o Anexo I.3. Ela demanda melhorias na infraestrutura do bairro, como pavimentação de ruas e transporte público eficiente, destacando a necessidade de políticas públicas mais eficazes.

Fotos e texto: Felipe Cunha | Comunicação


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