Fiocruz realiza Seminário sobre Saúde da população atingida em Brumadinho
O MPMG reforçou a importância de consolidar a Rede Estadual de Monitoramento de Metais e da criação de uma linha de cuidado no SUS para os atingidos e atingidas.

No dia 3 de agosto, a Aedas acompanhou o Seminário da Fiocruz, realizado na comunidade do Tejuco, em Brumadinho. O encontro reuniu mais de 50 pessoas, dentre elas, representantes de órgãos públicos, das comunidades atingidas de Brumadinho e de movimentos sociais para discutir e buscar soluções para os problemas de saúde enfrentados pelas atingidas e atingidos.
O evento contou com a presença de instituições como a Fiocruz, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, além da deputada Bella Gonçalves, a RENSER, entre outros representantes.
Durante o encontro, ficou definido que haverá oficinas para a elaboração do Plano de Ação, organizados em dois grupos.
O primeiro grupo será responsável por construir as estratégias a partir dos resultados obtidos pela Fiocruz relacionados à saúde da população, enquanto o segundo ficará a cargo de desenvolver formas para comunicar essas informações de maneira acessível à comunidade.
As oficinas acontecerão no Parque da Cachoeira, a data ainda será definida, mas tem previsão que ocorra em um prazo de 40 a 50 dias.
Dentre as pautas abordadas no Seminário, as Instituições apresentaram as ações que estão desenvolvendo, com os destaques para:
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) está trabalhando na elaboração de um Protocolo para Atenção Básica, com previsão de conclusão para fevereiro de 2024. Além disso, estão se dedicando a buscar referências para criação de uma rede estadual de monitoramento de metais, o que, devido à complexidade, tem demandado esforços adicionais.
A Fundação Ezequiel Dias (FUNED) também está sendo equipada para realizar exames de metais, fortalecendo o Sistema de Saúde no enfrentamento dos problemas decorrentes do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão.
Também está sendo organizada capacitação, em parceria com a Fiocruz, em toxicologia em metais pesados a ser disponibilizada para profissionais da saúde de todo Estado.
O Ministério Público de Minas Gerais reforçou a importância de consolidar a Rede Estadual de Monitoramento de Metais e da criação de uma linha de cuidado no SUS para os atingidos e atingidas. A instituição recebeu a proposta da SES para a elaboração do Protocolo de Atenção Básica, mas a considerou insuficiente. Também pontuou que será enviada à Assembleia Legislativa proposta para a criação da Política Estadual de Saúde voltada especificamente para a população atingida.
A Secretaria Municipal de Saúde apresentou a rede de saúde do município e as ações que vem desenvolvendo em atenção as pessoas atingidas. Além disso, o Ministério da Saúde se comprometeu a levar a proposta de ampliação do estudo da Fiocruz para os demais municípios da Bacia do Paraopeba, possibilitando uma abordagem mais ampla e abrangente dos impactos na saúde da população das comunidades atingidas.
O Seminário da Fiocruz representa um espaço relevante de discussão e busca tratar por soluções para os problemas relacionados à saúde. A construção do Plano de Ação e o engajamento das autoridades e da sociedade são passos fundamentais para a promoção da saúde e bem-estar das pessoas atingidas pelo rompimento.