REGIÃO1: Mulheres representam 69% das participações nos GAAs, 71% nas RDs, 66% nos AGMs, 65% nas comissões e 75% nos intercâmbios

Espaço Participativo com Agentes Multiplicadores (AGMs) no Parque da Cachoeira (Brumadinho) | Foto: Rurian Valentino

O Dossiê Temático das Mulheres Atingidas, construído pela Equipe de Monitoramento de Gênero da Aedas, tem como foco realizar uma análise abrangente e atualizada sobre as questões de gênero nos territórios atingidos, especificamente nas Regiões 1 e 2 da Bacia do Paraopeba. São objetivo dos Dossiê:  

a) Visibilizar o protagonismo das mulheres atingidas na mobilização e organização comunitária no processo de reparação integral na Bacia do Paraopeba;  

b) Identificar e detalhar os danos sofridos ou agravados especificamente para as mulheres atingidas na Bacia do Paraopeba;  

c) Sistematizar os dados e informações relacionados às mulheres atingidas, elaboradas pela Equipe de Monitoramento de Gênero da Aedas, definidos no plano de trabalho da ATI das Regiões 1 e 2 da Bacia do Paraopeba e dos projetos e programas definidos no Acordo Judicial entre Vale, IJS e Estado de MG.  

Com a perspectiva de caracterizar e dimensionar os impactos do rompimento nas diferentes áreas, níveis de sociabilidade e relações sociais no território atingido com especificidade para as mulheres atingidas, considera-se fundamental a sistematização e análise de dados e informações nos seguintes eixos:  

  • Caracterização do perfil das mulheres atingidas; 
  • Protagonismo na mobilização e participação social no processo de reparação integral;  
  • Racismo Ambiental e a Interseccionalidade nos danos sofridos pelas mulheres negras atingidas;  
  • Diagnostico e análise dos danos agravados as mulheres atingidas;  
  • Acesso aos programas e projetos de reparação e;  
  • Conflitos no território pós desastre sociotecnológico e o impacto na vida das mulheres. 

Capítulo 3 do Dossiê Temático das mulheres atingidas de Brumadinho

O terceiro capítulo do Dossiê Temático de Gênero tem como foco a análise do protagonismo político e comunitário das mulheres atingidas, bem como sua busca pelo direito à participação social, reconhecendo a importância da presença delas nos processos relacionados à reparação integral.

Nesse contexto, procurou-se compreender como as mulheres atingidas se constituíram como sujeitos diante da complexidade das dinâmicas territoriais e dos desafios após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão em Brumadinho.

Além disso, o capítulo inclui uma breve análise das desigualdades históricas e dos avanços no reconhecimento dos direitos das mulheres para participação em espaços públicos e de formulação de políticas públicas. 

Elementos da análise deste Capítulo: 

Quilombo Rodrigues (Brumadinho) | Foto: Felipe Cunha – Aedas

Para tratar sobre as desigualdades históricas e a luta pelos direitos, bem como os avanços conquistados pelas mulheres à participação em espaços públicos e políticos, abordamos experiências de participação social das mulheres com uma abrangência nacional. 

Esses dados possibilitam o entendimento da nossa realidade local e regional que analisamos por meio dos dados coletados pela equipe técnica da AEDAS e sistematizados por meio de vários instrumentos internos como: o Registro Familiar (RF), instrumento de cadastro das pessoas atingidas – e as listas de presença de diversos espaços de participação informada dos atingidos e atingidas, bem como a composição das instâncias de discussões e deliberações.  

O objetivo deste levantamento e a análise dos dados de forma comparada foi identificar a presença das mulheres nas atividades de participação informada realizados pela AEDAS, assim como, a sua participação na composição das instâncias de discussões e deliberações no território.   

Como fruto destas análises, podemos concluir que em todos os Espaços Participativos e em todas as instâncias informativas, formativas, consultivas e de deliberação realizadas pela AEDAS na região 01, há uma massiva e expressiva participação das mulheres, que por sua vez constituem a sua maioria. 

Confira abaixo o capítulo 3 completo da Região 1

Espaços participativos e o quantitativo de mulheres nos espaços participativos da Região 1

Ressaltamos que o capítulo três também aborda de forma concisa uma análise teórica das desigualdades históricas e dos progressos alcançados no reconhecimento dos direitos das mulheres, permitindo sua participação em espaços públicos e formulação de políticas públicas. 

(Fonte: Aedas, Projeto Paraopeba, Região 1, 2023)

Capítulos lançados do Dossiê Temático de Gênero das Regiões 1 e 2

Capítulo 1: Perfil das Mulheres Atingidas;  (Regiões 1 e 2 da Bacia do Paraopeba e Lago de Três Marias)

Capítulo 2: Diagnóstico e Análise dos danos causados e/ou agravados às Mulheres Atingidas pelo Rompimento da Barragem da Vale S.A., Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG; (Regiões 1 e 2 da Bacia do Paraopeba e Lago de Três Marias)

Capítulo 3: O protagonismo da participação das mulheres atingidas no processo de reparação integral (Região 2 da Bacia do Paraopeba e Lago de Três Marias)

Capítulo 3: O protagonismo da participação das mulheres atingidas no processo de reparação integral (Região 1 da Bacia do Paraopeba e Lago de Três Marias)

Próximos Capítulos do Dossiê Temático de Gênero das Regiões 1 e 2

Capítulo 4: Racismo Ambiental e a Interseccionalidade nos danos sofridos pelas mulheres atingidas;  

Capítulo 5: Conflitos no território pós desastre socioecológico e o impacto na vida das mulheres   

Capítulo 6: Acesso aos programas e projetos de reparação;  

Equipe de Monitoramento de Gênero da Aedas 

Equipe de Monitoramento de Gênero da Aedas  

A Equipe de Monitoramento de Gênero atua no levantamento e análise dos danos ocorridos na vida das mulheres causados e/ou agravados pelo desastre sociotecnológico, buscando propor, executar e monitorar metodologias e diagnósticos que garantam a centralidade do gênero no processo de reparação integral. Para tanto, o acompanhamento, a avaliação dos espaços participativos e a construção de documentos/metodologias/pareceres tem o propósito de levantar as diferenças e desigualdades enfrentadas especificamente pelas mulheres atingidas, objetivando, assim, a equidade de gênero no processo de reparação integral. Internamente, a equipe atua tanto de maneira transversal, contribuindo com as diversas áreas temáticas – equipes de mobilização, comunicação, DRI, entre outras – na execução das atividades previstas no plano trabalho, como também desenvolve atividades específicas, a exemplo do Dossiê Temático.    

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