Ciranda abre caminhos de escuta, expressão e brincadeira com personagens em suas histórias

A história de três crianças quilombolas que, juntas, trazem respostas para um problema na comunidade. Um girassol que, depois de conversar sobre suas emoções tristes, volta a ter cor em suas pétalas. Esses são exemplos de como, por meio da contação de histórias, é possível falar e refletir com as crianças sobre diferentes realidades, e os sentimentos de viver em um contexto de rompimento de barragem.
São histórias e personagens que aparecem nos espaços da Ciranda e abrem caminhos para ajudar as crianças atingidas na observação, reflexão e memória sobre os acontecimentos. “Dara e Luiz: salvando o dia” e “O girassol Amarelinho Amarelão” se aproximam das crianças e possibilitam que elas se expressem e sejam ouvidas.

“Na Aedas, na assessoria, se trabalha com assuntos bem específicos, bem inéditos, que praticamente não havia livros infantis falando daquele tema. Então a gente sentiu a necessidade de criar histórias para dialogar com o tema específico da reparação integral. A gente sempre usa a analogia para fazer essa aproximação do tema”, explica Dheimes Moura, pedagogo na Aedas Paraopeba e autor das histórias.
Além dos contos autorais, a Ciranda resgata histórias de livros infanto-juvenis como “O rio dos jacarés”, do autor Gustavo Roldán, “Meu Bairro É Assim” de César Obeid e “Meu crespo é de rainha” da autora Bell Hooks. Todas as histórias são contadas nas atividades presenciais e também distribuídas no programa de rádio Aedinhas no Ar.

O ente querido que se foi, as brincadeiras no rio que não acontecem mais, a mudança de bairro e de cidade e todas as emoções que essas situações ocasionam. São temas específicos e muitas vezes dolorosos, de uma realidade após o desastre-crime que trouxe mudanças na vida de milhares de crianças e de suas famílias.
“A gente cria as histórias, debate as histórias, coloca vários intertextos nessas histórias para que diversos públicos, não só as crianças, mas até os adultos, consigam pegar reflexões”, explica Dheimes.
Confira as histórias “Dara e Luiz: salvando o dia” e “O girassol Amarelinho Amarelão”:
Dia Nacional do Livro Infantil
Dia 18 de abril é o dia Nacional do Livro Infantil e nela é celebrada a literatura infantil do Brasil. A data foi criada pela Lei no 10.402, de 8 de janeiro de 2002 e institui o dia 18/04 como data para homenagear o escritor Monteiro Lobato, que nasceu em 18 de abril de 1882.
Texto: Valmir Macêdo

Veja essa e outras matérias na 17ª edição do Jornal Vozes do Paraopeba