A Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas) inicia a fase 2 do trabalho de levantamento de danos socioambientais nos municípios de Betim, Igarapé, Juatuba, Mário Campos e São Joaquim de Bicas, atingidos pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, em 2019. Todas as comunidades da Região 2, definidas pela Aedas, serão consideradas, com especial atenção às comunidades negras nesses territórios, considerando o grande impacto na vida das mulheres e dos Povos e Comunidades de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana. A análise será feita sobre os recursos hídricos, solos, sedimentos, flora, ar e fauna nas comunidades atingidas.

As pesquisas estão sendo administradas financeiramente pela empresa de pesquisa e desenvolvimento de projetos para a redução de emissão de carbono EcoEnvirox. Os trabalhos técnico-científicos serão feitos pelo Laboratório de Educação Ambiental: Arquitetura, Urbanismo, Engenharias e Processos para Sustentabilidade (LEA:AUEPAS/ DEGEP-DEPRO) da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em parceria com o Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-RP) da Universidade de São Paulo (USP).

O objetivo é investigar a presença de contaminantes e os níveis destas substâncias, nos diferentes meios e pontos de coleta, com amostra de águas, solos e sedimentos, para avaliar os riscos ambientais associados à exposição de contaminantes provenientes do rompimento. A equipe de cientistas tem a hipótese que a lama de rejeitos dispersou elementos tóxicos e outros resíduos nocivos à saúde humana e à natureza. A partir desse estudo, a população contará com dados científicos confiáveis, como base para reivindicações de reparação integral material por parte da empresa, além de interferir nas políticas públicas da região.

O projeto tem duração prevista de sete meses, das etapas preparatórias à produção de relatórios finais com divulgação dos resultados e possíveis encaminhamentos. A parte de levantamento e sistematização de dados é fundamental para a execução do projeto. Para tanto, serão feitas reuniões entre a equipe do projeto, a Aedas e as comunidades atingidas, a fim de obter mais informações e dados que serão úteis para a execução do plano de trabalho. As coletas de amostras de solos, águas, sedimentos, plantas e peixes estão planejadas para os meses de setembro e novembro de 2021, após escuta às atingidas e aos atingidos, coordenadas pela Aedas, sempre seguidas de sistematização dos dados em mapas e imagens, que farão parte de relatórios técnicos e boletins informativos que serão entregues às comunidades.

O diálogo com as comunidades atingidas e o trabalho conjunto nos territórios, mediados pela Aedas, são fundamentais para a precisão científica e execução adequada do projeto.

Confira o Boletim Informativo Socioambiental R2 Nº1 e o convite do grupo de pesquisa:

EXPEDIÇÃO EM SETEMBRO

A equipe chega para expedição em campo no dia 17 e encerra a expedição no dia 26 de setembro. Confira os técnicos que estarão presentes: