A atividade promovida pela Aedas Paraopeba ocorreu em outubro, resultando na produção de nove Filmes-Memória, assista abaixo:

Todos os vídeos foram organizados em uma playlist no canal do YouTube da Aedas Paraopeba. Clique aqui para acessar a playlist

Adultos, adolescentes e crianças das regiões 1 (Brumadinho) e 2 (Betim, Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Juatuba e Mateus Leme) produziram, ao todo, nove filmes-memória durante as oficinas de Comunicação Popular. As atividades, realizadas em outubro, aconteceram em Brumadinho e Juatuba como parte do ciclo de formação em Direitos Humanos promovido pela Aedas.

Durante as oficinas, as comunidades discutiram temas relacionados à comunicação, memória e território, assistindo a filmes que abordavam essas questões. Em seguida, os participantes se dividiram em três grupos para desenvolver roteiros e produzir os filmes-memória, utilizando fotografias trazidas pelas pessoas atingidas. Um quarto grupo focou na criação de trilhas sonoras, explorando sons gerados por diferentes objetos para evocar as memórias dos territórios. Paralelamente, as crianças participaram das atividades da Ciranda e criaram seus próprios filmes, enquanto outro grupo foi formado por adolescentes, que também produziram o filme-memória.

Assista aos filmes produzidos pelas pessoas atingidas:

A Vida, a Ganância e a Esperança: produzido por pessoas atingidas da Região 2, o filme-memória traz relatos do pesar da saudade, do fim do lazer no rio, da proibição da pesca e das plantações e de uma série de modos de viver que foram atingidos pelo rompimento da barragem. O curta também anuncia a esperança que insiste em ser semeada nas novas gerações, no trabalho voluntário e na união em busca por justiça. 

Adolescer: o curta acompanha a jornada dos jovens das comunidades da Região 2. A narrativa poética explora como as memórias do rompimento impactam o processo de se tornar adolescente. O filme questiona como as cicatrizes podem representar, ao mesmo tempo, um grande desafio e uma fonte de força, oferecendo um retrato sensível das descobertas, perdas e transformações que marcam essa fase de suas vidas. 

Caranguejo: bicho resiliente, identidade demarcada de quem escolheu um canto em Igarapé para construir a vida. Este filme-memória recorre as lembranças doces, cruéis e de resistência dos atingidos pelo desastre-crime da Vale na Região 2. 

Ciranda Encantada: criado pelas crianças de Brumadinho, o filme traz relatos de como a Ciranda se relaciona com suas vidas, oferecendo momentos de alegria, de amizades e a chance de resgatar a infância através do brincar e da conscientização sobre seus direitos. Ciranda Encantada mostra que a esperança para essas crianças está na preservação de seu direito de sonhar, brincar e lutar por justiça. 

Existe um rio vivo dentro de mim: dentro de cada pessoa há um rio caudaloso de memórias e afetos. Feito por moradores de Mário Campos e São Joaquim de Bicas, em Existe um rio vivo dentro de mim as atingidas expressam suas sensações ao confrontar com fotos que revelam sagrado, família, meio ambiente, saúde, lazer, luto e luta.  

Nós: imagens e memórias das pessoas atingidas de Brumadinho encontram unidade em ‘Nós’. O filme reflete sobre o lugar e o território através de fotografias que revelam passado, presente e a esperança por um futuro de justiça para as pessoas atingidas pelo desastre-crime da Vale na Bacia do Rio Paraopeba. 

Resgatando os trilhos da vida: em uma cidade atravessada pelos trilhos da mineração, o curta questiona quem está estreitando as comunidades atingidas. Produzido durante oficina em Brumadinho, o filme conta que, para além dos trilhos, as memórias também atravessam as comunidades atingidas e dão valor aos seus festejos, cavalgadas, congados e muitos outros. 

Retalhos: um passeio pelas memórias cartográficas das pessoas atingidas de Brumadinho reúne retalhos afetivos sobre as perdas, o que se guarda, o que se colhe e os processos de luta. O filme é um trabalho colaborativo feito por múltiplas mãos que rememoram suas vivências olhando e escutando as minúcias do território. 

Vale cara de pau: as crianças atingidas da Região 2 contam suas impressões e compartilham preocupações enquanto moradoras de um território com risco de contaminação. Com fotografias, cartazes e desenhos, as crianças cobram justiça e mostram que também precisam ser reconhecidas e ter direito à dignidade no processo de reparação integral. 


Equipe de comunicação Aedas Paraopeba: Aleff Rodrigues (designer), Diego Cota, Douglas Andrade, Elaine Bezerra (coordenação), Felipe Cunha, Isis de Oliveira, João Paulo Dias, Júlia Rocha (designer), Júlia Rohden, Lucas Jerônimo,Valmir Macêdo (gestor operacional), Wagner Túlio Paulino (designer)