Problemas com a água não são uma novidade na Bacia do Paraopeba. Desde o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, são constantes os relatos de problemas de abastecimento e de qualidade. Diversas famílias relatam problemas, como casos de água com aspecto barrento, excesso de cloro, mau odor, ou, até mesmo, a falta de água por longos períodos. Também há relatos de contas superfaturadas. Problemas frequentes, mas nunca resolvidos.

Problemas com a água da Copasa

Agora, quase dois anos depois do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, com a chegada da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas) como assessoria técnica nas regiões 1 e 2, as pessoas atingidas têm pressionado ainda mais por respostas e atitudes. No caso das famílias abastecidas pela Copasa, podemos conferir o andar do processo a seguir:


Em reunião em que estavam presentes representantes da Copasa, Comitê Pró-Brumadinho (CPB), das comissões de atingidos e atingidas das regiões 1 e 2, PUC e Aedas, a Copasa se responsabilizou por fazer visitas nos territórios a fim de verificar todos os problemas relatados. Essas visitas serão acompanhadas pelo CPB, PUC e Aedas.


Outro ponto levantado é que diante da demora em obter respostas sobre as demandas pelo canal oficial da Copasa (115), será criado um canal de diálogo específico para que os atingidos e as atingidas coloquem suas demandas relacionadas à água. Esse canal será mediado pelo CPB através do site https://www.mg.gov.br/conteudo/pro-brumadinho/fale-com-o-comite para que as reclamações sobre a situação da água tenham respostas mais rápidas.


Em busca de solução

Na sexta-feira (23), a equipe da Aedas realizou reuniões extraordinárias com moradores e moradoras das regiões 1 e 2 para encaminhar como será o acompanhamento por parte das pessoas atingidas a essas visitas da Copasa ao território. Definiu-se que esse acompanhamento será feito por algumas pessoas atingidas por cidade, para evitar aglomeração. Também foram discutidas comunidades prioritárias a receberem as visitas, como as que têm ficado muito tempo sem água.
Em diálogo com a Copasa, a Aedas ficou responsável por enviar até a próxima terça-feira (27), um dossiê das famílias e quais seus principais problemas para que seja feito um cronograma de visitas às comunidades com o objetivo de reparar estes problemas. Estas equipes serão formadas por representantes da Copasa, da Aedas, da PUC, do CPB e de moradores e moradoras dos municípios atingidos.


Especificidades das regiões 1 e 2

Na reunião da Região 1, que contempla o município de Brumadinho, 28 pessoas, dentre elas técnicos e técnicas da Aedas e representantes de comunidades atingidas pelo rompimento, foram levantadas situações referentes à problemática da água fornecida pela Copasa. Dentre as questões relatadas, estão a insegurança da qualidade da água e as irregularidades no fornecimento da Vale. A mineradora foi obrigada judicialmente a abastecer famílias de determinadas regiões após os danos ocasionados pelo desastre na barragem de Brumadinho, em janeiro de 2019.


Na reunião da Região 2, também participaram representantes dos municípios que a Aedas presta Assessoria Técnica Independente (Juatuba, Igarapé, São Joaquim de Bicas, Mário Campos e Betim). Nas diferentes comunidades também foram registrados problemas distintos, desde a má qualidade da água à suspensão do abastecimento ou cobranças indevidas.


Formulários

Com o objetivo de registrar as queixas recorrentes, foi pedido aos representantes das comissões que estimulem as comunidades a fazerem gravações de vídeo e fotografias dos problemas relatados, para que sejam anexados aos documentos, de maneira a comprovar as dificuldades enfrentadas com o serviço ofertado pela Copasa. Também é necessário preencher o “Formulário de água da Copasa” que os mobilizadores e as mobilizadoras vão enviar, para melhor mapeamento dos problemas e para que as soluções venham o mais rápido possível.