A comunicação popular e o acesso à informação são ferramentas importantes na busca por uma reparação justa e integral

Para a Aedas, quando se fala em comunicação, fala-se também em troca, interação, partilha, participação. Comunicar é o ato de dialogar, escutar, refletir, sentir, falar e também de organizar e compartilhar ideias. Para que haja uma comunicação popular e o acesso à informação, são necessários participação, partilha e mobilização de ideias, de sentidos, de diferenças, de pessoas, lugares, interesses e processos.
A Aedas trabalha a comunicação como uma ferramenta de construção e transformação social das pessoas atingidas, conectando os conhecimentos e necessidades de sujeitos e sujeitas para a criação de novas realidades.
Tanto para a Comunicação Popular como para a Educação Popular (Paulo Freire), a atuação é na perspectiva participativa, não para, nem sobre, e sim com as partes envolvidas. Em uma compreensão que busca dialogar em um mesmo espaço com diferentes saberes, ideias, conceitos, mas que no final visam o mesmo ideal.
Paulo Freire (1999) já afirmava que a participação é um direito do cidadão e cidadã e que tem relação direta e necessária com a prática educativa e que esta participação pode ser entendida como um exercício da voz, de ter voz, de assumir, de decidir em certos níveis de poder. Para a Aedas, o poder de decidir está entrelaçado ao poder de fala dos atingidos e atingidas e das comunidades acompanhadas, tanto sobre seus modos de vida, como também exigindo seus direitos como sujeitos políticos que tiveram sua dignidade violada.
A Educação Popular é uma educação construída para atender às necessidades do povo a partir de sua realidade, e a Comunicação Popular bebe destas ideias para trabalhar uma comunicação participativa e um efetivo acesso à informação. Para a Aedas, a comunicação atua desde o animar para as ações, resgatar e fortalecer a identidade, mobilizar e multiplicar para enriquecer um processo participativo, até conscientizar e qualificar para a emergência dos sujeitos políticos, possibilitando emancipação e empoderamento dos indivíduos no processo.