As fortes chuvas ocorridas neste janeiro têm agravado os riscos à saúde das comunidades atingidas. Além dos transtornos já conhecidos em situações de chuvas e inundações, a ocorrência anterior do rompimento da barragem Córrego do Feijão em Brumadinho, eleva o grau de preocupação e faz-se necessário ações específicas e acesso a informações sobre as medidas emergenciais que podem ser realizadas para reduzir os danos causados às pessoas atingidas e ao território. 

O IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) atestou que as águas do Rio Paraopeba não são apropriadas para uso e consumo, devido à presença de contaminantes dos rejeitos de mineração. Assim, tendo em vista que os metais pesados advindos do rejeito da mineração podem trazer riscos à saúde humana, tem se intensificado a preocupação com a saúde da população que foi atingida com as cheias em toda a Bacia do Paraopeba. 

Registros das enchentes 2022 / Aícó Culturas/Aedas

Sendo assim, são necessárias orientações dos órgãos de saúde competentes sobre a forma correta e eficaz de efetuar a limpeza das casas e terrenos para que seja minimizada a exposição das pessoas aos rejeitos de mineração trazidos pelas enchentes, assim como os cuidados que são necessários após o retorno às casas. 

Compreendemos que, depois de dias tão tensos, o que as pessoas mais desejam é voltar para suas casas, limpar e organizar as coisas para retomar suas vidas. Mas, é importante ouvir e seguir as orientações da Defesa Civil do seu município, isso é importante para mitigar os riscos à saúde que as pessoas podem ter se tiverem acesso à lama com rejeito.

A respeito disso, a Aedas, por meio de Cecília Ribeiro, coordenadora da equipe de saúde da região 02, que acompanha diretamente as demandas das famílias atingidas pelos rompimento e agora pelas enchentes, declarou: “Reforçamos que é muito importante respeitar as instruções da Defesa Civil do município quanto ao momento de retorno às residências. Utilizar materiais de proteção como botas, luvas e máscaras para realizar a limpeza das casas e ruas. Não utilizar água de poços artesianos, caçambas e outros pontos que não foram liberados para consumo pelas autoridades de saúde. Não consumir alimentos que tiveram contato com água ou lama da enchente”.

É oportuno destacar ainda que caso você, pessoa atingida que teve contato com a água e lama das últimas enchentes, sinta qualquer mal-estar, coceira ou outro sintoma procure a Unidade de Saúde mais próxima de sua casa para ter atendimento. Na Unidade de Saúde você também pode verificar sua vacinação, e caso seja necessário, atualizar seu cartão de vacina.