Hoje, 25 de janeiro de 2022, completa três anos do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. O desastre sócio tecnológico provocado pela empresa Vale S/A. Esse acontecimento é o maior na área ambiental e trabalhista no país, e tem dimensão de tragédia humanitária, deixando mais de 272 vítimas fatais e uma série de danos à natureza e à vida das pessoas da região que continuam sendo sentidos diariamente após 3 anos. 

A Aedas, Assessoria Técnica Independe responsável por acompanhar Brumadinho e outros cinco municípios, já realizou cerca de 200 coletas de água do rio Paraopeba para fazer a análise da qualidade e dessa forma elaborar a Matriz de Danos que irá identificar quais foram os danos causados pelo rompimento e aqueles que ainda seguem acontecendo. Essa Matriz de Danos passa por diferentes esferas da vida das pessoas atingidas, saúde, educação, serviços socioassistenciais, economia, trabalho e renda da população. Esse é um instrumento de luta das comunidades atingidas construídas conjuntamente com as assessorias técnicas atuantes nos territórios. 

Esse desastre despejou mais de 3 milhões de metros cúbicos de lama tóxica no rio Paraopeba, atingindo cerca de 25 municípios. Ainda hoje o povo luta, e busca entre outras coisas, respostas e justiça, além de mais agilidade nas buscas das seis jóias-pessoas que seguem não encontradas em meio a lama tóxica. Mais de 30 mil pessoas reivindicam uma renda mensal mínima devido ao impacto sofrido em suas atividades produtivas diretamente afetadas pelo rompimento. 

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Hoje, durante todo o dia, atingidos e familiares de vítimas, realizam atividades em memória a esse dia que é de luto e luta em Brumadinho. A coordenadora geral do projeto em Brumadinho, Ísis Táboas destaca: “hoje é um dia triste, nos solidarizamos com todas as famílias das vítimas fatais e com toda população ao longo das cinco regiões da bacia do Paraopeba”.

Veja o vídeo relato de Ísis Táboas.

Janeiro de 2022. Fotos: Rurian Valentino/Comunicação Aedas

A programação contou com coletiva de imprensa e missa pela manhã, em seguida um cortejo até o letreiro na entrada da cidade, onde foi realizado um ato simbólico com a soltura de balões brancos e pretos e simbolizando as seis jóias ainda não encontradas, 6 balões em formato de coração seguiram presos as fotos e mensagens expostas no letreiro. 

Confira a programação do 25 de janeiro.