Boletim Semanal da Aedas: contestação de estudos da Vale, audiência sobre avaliação de risco à saúde, ecológico e mais
Acompanhe as notícias que envolvem a Reparação de Danos nas Regiões 1 e 2 da Bacia do Rio Paraopeba

Comunidades atingidas contestam dados sobre o rio, a água e a biodiversidade apresentados pela Vale
Lideranças atingidas moradoras de comunidades da região 2 estão questionando informações apresentadas pela Vale sobre o rio, a água e a biodiversidade da região em reuniões chamadas pela mineradora para devolutivas de estudos em Betim, Mário Campos, São Joaquim de Bicas e Juatuba.
As pessoas atingidas relatam um sentimento de revolta com os resultados já que divergem da realidade, apontando “nenhum ou pouco prejuízo” após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.
De acordo com a Vale, os estudos monitoram a qualidade da água, a fauna e flora aquática e terrestre a partir da coleta de amostras feitas em pontos diversos.
No dia 23 de outubro de 2024 foi realizada a reunião da Aecom, empresa responsável pela auditoria independente dos estudos socioambientais na Bacia do Rio Paraopeba.
Mensalmente a Aecom, através de uma reunião virtual, apresenta para as Instituições de Justiça (IJs) os resultados das atividades alcançadas no mês decorrido e a atualização quanto ao cumprimento ou não dos cronogramas dos projetos e ações.
As Assessorias Técnicas Independentes (ATIs) participam desta reunião exclusivamente como ouvintes e não há espaço para falas, dúvidas e/ou intervenções.
Com o objetivo de tentar resolver as tensões que atravessam os Estudos de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico, na última sexta feira, 22 de novembro, o Juiz Dr. Murilo de Abreu convocou uma audiência de contextualização sobre o acompanhamento por parte da UFMG do andamento dos Estudos, a ser realizada, presencialmente, no dia 16 de dezembro, às 14h, no Auditório do Fórum Cível e Fazendário, Unidade Raja Gabáglia, no andar Pilotis.
Considerando a importância de tais estudos e a necessidade de informações concretas sobre os riscos a que estão submetidos os moradores das áreas atingidas, o Juiz Murilo chamou diversos atores para discutirem o andamento dos Estudos de Risco nessa audiência.
Entre os objetivos, estão obter informações para retirar dúvidas sobre o assunto e auxiliar uma tomada de decisão compatível com a realidade; alinhar expectativas dos envolvidos a fim de alcançar consensos; e monitorar o cumprimento da decisão e a atuação dos atores envolvidos.
Pessoas atingidas, movimentos sociais, acadêmicos, sindicatos, parlamentares e grupos de pesquisa estiveram no Auditório da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para participar do Seminário Saúde, Ambiente e Trabalho na Mineração: ações possíveis e necessárias.
Foram quatro mesas de debate sobre diferentes temas: “Novas fronteiras de acumulação extrativista em MG: violências e resistências”, “Saúde e Mineração: entre dores, lutas e esperanças”, “Ambiente e Mineração: crimes ambientais nos rios Doce e Paraopeba”, “Trabalho e Mineração: empoderamento social”.