A Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas) retomou o processo de identificação de danos à saúde das pessoas dos municípios de Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Igarapé e Juatuba, atingidos pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, em 2019. As pesquisas estão sendo feitas pela Consultoria Técnica Especializada CEPESC/UFOP.

O principal objetivo deste trabalho é obter dados aprofundados, quantitativos e qualitativos, sobre os danos à saúde física e mental das pessoas, dos impactos causados aos serviços de saúde dos municípios e as necessidades emergenciais da população atingida desde o rompimento da barragem da mineradora Vale.

Os estudos se dão pela análise dos documentos e dados disponíveis na rede de saúde dos municípios da R2, no Sistema Único de Saúde (SUS) e por entrevistas com a população atingida, profissionais de saúde e educação. Além disso, também compõem a pesquisa dados que a população atingida já forneceu à Assessoria Técnica e que gerou a Matriz de Medidas Reparatórias Emergenciais.

Os pesquisadores farão contato com a população por telefone, WhatsApp ou por outro meio que seja mais adequado para os entrevistados e as entrevistadas. Vale lembrar que as ligações feitas por ocasião do Registro Familiar, sobre auxílio emergencial bloqueado, são diferentes das entrevistas de agora. Foram realizadas entre janeiro e fevereiro de 2021 mais de 100 entrevistas individuais com atingidos e atingidas das 5 diferentes cidades da R2. Neste mês de abril, além das entrevistas individuais que serão realizadas, será iniciado o Saúde na Roda, um importante espaço de participação coletiva para contribuir no levantamento de danos à saúde sofridos pelas comunidades atingidas.

Como resultado final da pesquisa, será produzido um documento a ser encaminhado para as Instituições de Justiça, para frisar as demandas e a urgência na reparação integral. O trabalho da consultoria identifica e analisa as consequências do rompimento, como o aumento das demandas em saúde, a sobrecarga deste setor no município, as necessidades apresentadas por grupos de maior vulnerabilidade como crianças, adolescentes, idosos/as, pessoas com deficiência, PCTRAMA e mulheres, antes e após o desastre sociotecnológico. É um jeito de registrar de fato e tornar evidente a voz de quem tem foi e continua sendo afetado.

Para não restar dúvidas, confira a seguir o nome, a foto e o telefone dos profissionais que farão as entrevistas!