A Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas) retomou o processo de identificação de danos à atividade pesqueira e de aquicultura nos municípios de Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Igarapé e Juatuba, atingidos pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, em 2019. As pesquisas estão sendo feitas pela Consultoria Técnica Especializada Enraíze Soluções Participativas.

A empresa contratada está realizando uma pesquisa sobre os impactos causados e como isso afetou a pesca artesanal, amadora e recreativa e na aquicultura. O principal objetivo deste trabalho é obter dados aprofundados, quantitativos e qualitativos, sobre os danos à atividade pesqueira e de aquicultura nos municípios da Região 2 (R2) atingidos pelo rompimento da barragem.

As atividades da consultoria darão suporte a construção de um diagnóstico amplo contendo a caracterização etnográfica, socioeconômica e socioambiental das atividades pesqueiras e de aquicultura, permitindo contextualizar as atividades de ambas as categorias, em todas suas modalidades. Este diagnóstico contribuirá com o levantamento dos impactos causados aos pescadores(as) e aquicultores(as) dos municípios e a verificação das necessidades emergenciais da população atingida, envolvida com a pesca e aquicultura.

Os estudos se dão pela análise dos documentos, dados disponíveis em órgãos de pesquisa, aplicação de questionários, oficinas temáticas e por entrevistas com a população atingida, envolvida nas atividades pesqueiras e de aquicultura. Além disso, também compõem a pesquisa dados que a população atingida já forneceu à Assessoria Técnica Independente e que gerou a Matriz de Medidas Reparatórias Emergenciais.

Os pesquisadores farão contato com a população por telefone, WhatsApp ou por outro meio que seja mais adequado para os entrevistados e as entrevistadas. Vale lembrar que as ligações feitas por ocasião do Registro Familiar, sobre auxílio emergencial bloqueado, são diferentes das entrevistas de agora. Foram realizadas entre janeiro e fevereiro de 2021 mais de 100 entrevistas individuais com atingidos e atingidas das 5 diferentes cidades da R2.

Neste mês de abril, além das entrevistas individuais que serão realizadas, será iniciado a aplicação de questionários para pescadores(as) e aquicultores(as) para contribuir no levantamento de danos à atividade pesqueira sofridos pelas comunidades atingidas.

Como resultado final da pesquisa, será produzido um documento a ser encaminhado para as Instituições de Justiça, para frisar as demandas e a urgência na reparação integral. O trabalho da consultoria identifica e analisa as consequências do rompimento, como o aumento das demandas para as atividades de pesca e aquicultura, a sobrecarga deste setores nos municípios, as necessidades apresentadas por pescadores(as) artesanais, amadores, de subsistência e de aquicultores(as), lideranças do Povos de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana (PCTRAMA) e mulheres, antes e após o desastre sociotecnológico.

Para não restar dúvidas, confira a seguir o nome, a foto e o telefone dos profissionais que farão as entrevistas!