Assessoria da AEDAS faz visita técnica a barragem da ArcelorMittal
“Como é a barragem? A barragem vai romper? Qual o verdadeiro risco? Já vi caminhão andando encima da barragem!”. Estas perguntas são constantes em nossos encontros com atingidas e atingidos de Itatiaiuçu. Desde o acionamento do Plano de Emergência da Barragem de Mineração (PAEBM) da ArcelorMittal estas perguntas estão no imaginário e na conversa do dia a dia das pessoas. Para tentar sanar todas as dúvidas e levar uma informação clara para as pessoas atingidas a Assessoria técnica da AEDAS em Itatiaiuçu realizou, na quinta-feira, dia 07 de novembro, uma visita técnica a barragem da ArcelorMittal.

O Objetivo da visita foi conhecer a barragem, seu funcionamento, o que andam fazendo para torná-la mais estável e tirar dúvidas sobre algumas informações apresentadas nos relatórios enviados pela GEOESTÁVEL ao Ministério Público e para a AEDAS. Para a assessora técnica da AEDAS e geóloga, Bruna Araújo, a visita foi proveitosa e esclarecedora. “Foi apresentado para a equipe a sala de monitoramento da barragem e uma visita a parte superior (crista) da barragem”, pontuou Bruna.
Segundo Bruna, a barragem ainda continua com baixo fator de segurança: “ainda está em execução estudos para as obras de reforço e barramentos que serão feitos abaixo (jusante) da barragem, na comunidade de Vieiras e próximo ao reservatório de Rio Manso”, afirmou a geóloga. Outro esclarecimento dado pela técnica em geotecnia Bruna Pereira e pelo técnico em geotecnia Fernando Costa da ArcelorMittal foi que houve paralisação das atividades de detonação nas cavas em julho, como relatado nos relatórios da empresa auditora da barragem GEOESTÁVEL.

Entretanto, afirmaram que em agosto algumas detonações foram liberadas com uso mínimo de explosivos para não comprometer a estrutura da barragem. Também foi questionado pela geóloga da Assessoria técnica sobre o projeto de rebaixamento do lençol freático da barragem para retirada do excesso de água, para não comprometer o sistema de aquíferos da região e contaminação dos rios e córregos. Segundo os técnicos da Arcelor, existe um sistema de tratamento de água na mineradora para reaproveitamento da água utilizada durante o beneficiamento do minério de ferro e que este rebaixamento não afetará o abastecimento de água na região.
Apesar de um dos técnicos da Arcelor afirmar que a barragem está “estável” e que não corre perigo de rompimento, pois a conhece muito tempo. Vale lembrar que foi a ANM, Agência Nacional de Mineração que em fevereiro deste ano decretou que mineradoras com barragens com um índice de segurança inferior a 1.3 (como no caso da ArcelorMittal) deveriam providenciar medidas de segurança. a geóloga Bruna, diz que “Não se deve confiar plenamente nas obras e resultados de engenharia, porque a barragem Serra Azul da ArcelorMittal pode apresentar qualquer gatilho dentro dela, causando uma desestabilização e romper, mesmo com um bom sistema de monitoramento. E por isso que foi acionado o PAEBM, há risco”.
Estavam presentes na visita as Assessoras técnicas: a geóloga Bruna Araújo, a jornalista Anita Dias, as arquitetas Celiane Xavier e Juliana Parreiras e o assessor técnico e engenheiro ambiental Albiery de Oliveira.