No próximo dia 4 de junho, acontece em Mario Campos a 5ª edição da Caminhada com Francisco e Clara. A atividade é organizada pelo Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental (Veaspam) e integra a programação da 3ª Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia Integral. Esse ano, a atividade ocorre na Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser) e tem como inspiração o aniversário do 7º ano da Encíclica do Papa Francisco Laudato Si e o Dia do Meio Ambiente.

De acordo com Inhana Olga, da equipe de comunicação da Renser, a cidade de Mario Campos foi escolhida para acolher a caminhada porque é uma região que está em risco de entrar em atividade minerária e esse contexto nos convida a refletir sobre o “cuidado com a casa comum”, conforme preconiza a Laudato Sí.

A expectativa dos organizadores da caminhada é contar com a participação dos moradores da cidade, estudantes, dos paroquianos da Renser e outros grupos religiosos que atuam em defesa da ecologia integral.

A Carta Encíclica Laudato Si do Papa Francisco

Em 24 de maio de 2015, o Papa Francisco apresentou ao mundo a Carta Encíclica Laudato Si’. O documento chama a atenção para o cuidado da casa comum e remete ao Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis. A carta ficou conhecida como “encíclica verde”, dada a centralidade da defesa da ecologia integral, onde o Papa propõe um modelo de ecologia ambiental, econômica e social que recupere os valores humanos necessários para criar um ambiente sustentável.

O avanço da Mineração na região

Atualmente, existem 10 processos de pedido de liberação para mineração no município. Desses, 3 estão em fase bastante avançada. O primeiro empreendimento é da LARF em conjunto com a MIB que deseja se instalar no Morro do Carrapato. De acordo com Jessica Matos do Movimento Salve Mario Campos, na última semana de abril o empreendedor requereu a suspensão do processo de licenciamento pelo prazo de 15 meses para cumprir todas as exigências feitas pelo Estado: “eles devem refazer diversos relatórios técnicos e reapresentar novas certidões de conformidade. Isso é resultado da luta!”, enfatizou.

O segundo empreendimento é o da M&G Mineração que pretende explorar Grafitta e Minério de Ferro na região do Capão e o terceiro é o da mineração Bemisa, que ameaça adentrar na região do Funil, com um projeto de devastação de 395,15 hectares. Ainda de acordo com Jessica, Mario Campos é uma das cidades mais atingidas pelas enchentes ocorridas no início do ano, que levaram para a casa de centenas de moradores a lama de minério de ferro que estava no fundo do Rio Paraopeba desde 2019.