Atingidos e atingidas, movimentos sociais, Arquidiocese e assessorias técnicas independentes caminharam pelas ruas de Brumadinho em pedido por justiça e reparação integral

Foto: Rurian Valentino

No último dia 25, passaram três anos desde o rompimento da barragem em Brumadinho, que deixou 272 mortos e seis desaparecidos até hoje. Para ressaltar a luta por “Memória e Justiça”, população organizou atos, missas e homenagens.

O rompimento segue sem punição e em Minas Gerais as barragens continuam sem fiscalização adequada.

O dia teve início com uma coletiva de imprensa, protagonizada pelas lideranças religiosas e do movimento popular, familiares de vítimas fatais e assessorias técnicas independentes, como a Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas). A coletiva foi transmitida ao vivo pelas redes sociais. As atividades também seguiram com protocolo de segurança contra Covid-19.

Coletiva de imprensa abriu programação da data que marca o rompimento. Foto: Rurian Valentino

Memória

Em seguida a coletiva, a programação foi em memória das jóias que perderam a vida durante o rompimento.

Uma missa celebrada por dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora do Rosário reuniu centenas de familiares, que emocionados relembraram da saudade.

Dom Vicente Ferreira que acompanhou o arcebispo, ressaltou a força da fé, que anda lado a lado da luta por justiça. “A Romaria sempre se orienta pela busca da memória dessa tragédia continuada de todas as vítimas dessa tragédia-crime da mineradora Vale, aqui em Brumadinho. Honrar o nome daqueles que foram vitimados e lembrar que foi um crime que nunca deveria ter acontecido e nunca mais pode acontecer. 

Leia mais aqui.

Justiça

Com o fim da missa, as pessoas presentes se uniram em uma caminhada até o letreiro de Brumadinho, onde aconteceu um ato em homenagem às 272 vítimas. O local foi tomado pela imagem de cada uma das joias levadas na tragédia.

Balões, fotos, cruzes e muito símbolos colocaram a necessidade de justiça das famílias pela vida dos que se foram. Às 12h28, pontualmente, balões brancos e pretos foram soltos no céu como forma de relembrar cada uma das vidas perdidas, e os dias de luto.

No ato em homenagem às vítimas, a decisão do Superior Tribunal de Justiça de transferir para a esfera federal o inquérito sobre o rompimento da barragem foi durante criticado.

O Ministério Público de Minas Gerais ainda aguarda o pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão.