Formação popular em Direitos Humanos mobiliza comunidades atingidas no Alto Rio Doce e Alto Paraopeba em Minas Gerais
Iniciativa tem fortalecido a organização de pessoas atingidas e promovido espaços de escuta e articulação

Com foco na promoção dos direitos humanos e socioambientais, o projeto “Identidade e Resistências: a luta das comunidades atingidas em defesa dos Direitos Humanos no Alto Paraopeba e Alto Rio Doce” teve seu lançamento oficial nos dias 22 e 23 de maio, na Escola Família Agrícola Paulo Freire, em Acaiaca (MG).
A iniciativa, viabilizada por emenda parlamentar do deputado federal Rogério Correia (PT), é fruto de um termo de fomento firmado entre o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e a Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (AEDAS), em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). O projeto será realizado até 2026 e tem como objetivo fortalecer a organização e a atuação das comunidades atingidas pelo rompimento das barragens de Fundão (Mariana – MG) e do Córrego do Feijão (Brumadinho – MG).

O seminário de lançamento do projeto, que contou com a participação de mais de 50 pessoas, serviu como forma de divulgação das etapas de Oficinas de Formação em Direitos Humanos e de confecção de Arpilleras. Tais oficinas serão realizadas nos municípios de Mariana, Barra Longa, Rio Doce e Diogo de Vasconcelos, localizados na região do Alto Rio Doce, e em Congonhas, no Alto Paraopeba. Entre as atividades previstas, estão:
- Formação e capacitação de até 55 defensoras e defensores de direitos humanos;
- Mapeamento da situação de acesso às políticas públicas de 250 núcleos familiares atingidos;
- Oficinas de bordado com mulheres dos territórios, utilizando a técnica das arpilleras para contar histórias e expressar as resistências locais.

Essas oficinas têm como objetivo fortalecer os laços comunitários e incentivar a atuação em rede entre as pessoas atingidas, com atenção especial às mulheres. Além disso, a iniciativa prevê a produção de uma mostra fotográfica que reunirá os trabalhos desenvolvidos nas oficinas de Arpilleras, prevista para ser lançada até fevereiro de 2026.
Entre abril e junho, tiveram início os trabalhos de mobilização nas duas regiões. A partir deste mês, começam as oficinas e o levantamento de dados, com a proposta de realizar cinco encontros em cada território. A iniciativa reforça o papel central das comunidades atingidas na construção da justiça social e ambiental, criando espaços de escuta, articulação e visibilidade para quem enfrenta, no cotidiano, as consequências dos desastres-crime relacionados à mineração.
Texto: Amanna Brito
Fotos: Nívea Magno







