Nota da Aedas em solidariedade às Comunidades de Santa Bárbara e Barão de Cocais

A Aedas manifesta solidariedade às comunidades de Santa Bárbara e Barão de Cocais que enfrentaram momentos de desespero pelo acionamento indevido de uma sirene de emergência das barragens Complexo Córrego do Sítio na última terça-feira (29/10). Essas comunidades já vivem em situação de extrema vulnerabilidade, sofrendo diariamente danos pela proximidade com as barragens e pela insegurança que essa condição acarreta.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que a conduta negligente da empresa AngloGold Ashanti causou pânico entre moradores e moradoras, atingindo principalmente idosos, crianças, pessoas com deficiência e famílias inteiras que lidam com o medo constante e a incerteza em relação ao futuro.
O fato também repercutiu nas comunidades atingidas de Brumadinho que são assessoradas pela Aedas, nas quais o acionamento equivocado em outra comunidade causa desconfiança quanto à real efetividade do mecanismo da sirene.
Mesmo sendo o epicentro de um dos maiores desastres-crime da história do Brasil, Brumadinho ainda convive com o Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) de outros pontos de mineração. O Plano prevê o acionamento de sirenes previamente divulgado como testes em comunidades, causando impactos ainda maiores nas comunidades que já foram atingidas por rompimentos. Lideranças das comunidades de Brumadinho já denunciaram os danos psicológicos causados pelas sirenes nesses casos.
De acordo com informações do G1, esta foi a quinta vez que as sirenes da barragem da AngloGold disparam indevidamente. Diante do novo acionamento, o Ministério Público de Minas Gerais instaurou um procedimento para tomar as providências cabíveis. O MPMG afirma que a mineradora descumpriu a decisão judicial de 2023 que prevê multa de R$ 500 mil para cada acionamento indevido de sirene. O órgão exigiu a adoção de medidas que mitiguem ou reparem os impactos causados pela reiterada violação de direitos humanos e do bem-estar das comunidades.
Neste cenário, é fundamental que seja garantida a proteção e a segurança dessas populações e que seja cumprida rigorosamente a legislação para salvaguardar a dignidade e a integridade das comunidades. Os danos causados pela lama invisível devem ser considerados também em seu aspecto individual, no que diz respeito a cada indivíduo ou família, que convive constantemente com o medo causado por situações como essa.
A Aedas se solidariza com os moradores e moradoras de Santa Bárbara e Barão de Cocais e espera que sejam tomadas as medidas necessárias para que situações como essa não se repitam e a empresa seja responsabilizada pelos danos causados.