Dia 18 de maio marca a luta antimanicomial, pauta importante para os territórios atingidos que sofrem com danos à saúde

O Dia da Luta Antimanicomial é um dia para reflexão, mobilização e ação em favor de uma abordagem mais humanizada e respeitosa em relação à saúde mental. A luta antimanicomial visa superar preconceitos, garantir os direitos das pessoas com sofrimento psíquico, além de promover práticas de cuidados que valorizem a participação ativa dessas pessoas em seu processo de recuperação e ressignificação de suas vidas.
Nesse ano, o Fórum Mineiro de Saúde Mental e da Associação de Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais (ASUSSAM-MG) celebram 30 anos de existência com o tema “DO RIO AO MAR: SOMOS OS POVOS QUE NAVEGAM EM CONFLUÊNCIAS CONTRA OS GENOCÍDIOS PARA A JUSTIÇA TRIUNFAR!”, enfatizando a importância da resistência coletiva contra genocídios e injustiças sociais, trazendo como exemplos como a situação na Palestina e a violência contra populações vulneráveis no Brasil.
Celebram também o centenário de nascimento de Franco Basaglia, psiquiatra italiano, conhecido por seu trabalho revolucionário que culminou na reforma psiquiátrica na Itália e influenciou o mesmo movimento em vários países do mundo, incluindo o Brasil. Seu trabalho foi fundamental para transformar o modelo de tratamento em saúde mental, promovendo um sistema mais justo, humano e eficiente, que prioriza a autonomia e a dignidade das pessoas com transtornos mentais.
Pessoas atingidas por barragens sofrem diversos danos à saúde mental que devem ser reparados e amparados por políticas públicas específicas e por serviços públicos humanizadas. Nesse sentido, a luta antimanicomial e a luta das pessoas atingidas por barragens tem muito em comum: ambas contribuem para uma visão mais ampla e inclusiva da saúde, com princípios fundamentais de respeito à dignidade, autonomia, participação e acesso a serviços públicos que considerem o bem-estar físico e emocional das pessoas atendidas.
Defender a luta antimanicomial é também defender a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
“Lutar pelos direitos de cidadania dos doentes mentais significa incorporar-se à luta de todos os trabalhadores por seus direitos mínimos à saúde, justiça e melhores condições de vida.” Manifesto de Bauru, 1987.
Texto: Cláudia Simões – técnica de Participação Informada