Pela renda familiar, pelos projetos e pela reconstrução de seus territórios

São as lutas de março fechando o verão

O mês de março é um mês de visibilidade da luta histórica das Mulheres. No contexto das mulheres atingidas, é fundamental destacar o protagonismo delas na luta
pela reparação na bacia do Paraopeba. Mais uma vez elas foram à luta, no 8 de março, Dia Internacional da Mulher. No 14 de março, elas são maioria, reivindicando a garantia dos direitos das populações atingidas por barragens.

Em atos, marchas, audiências públicas e reuniões com o juiz, as mulheres denunciam violações de direitos. O corte do Programa de Transferência de Renda (PTR), direito previsto na Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB), tem gerado preocupações, em especial às mulheres que se dedicam aos trabalhos de cuidados de casa, de sua comunidade, por ser esse programa fonte vital de apoio financeiro para sustento da casa para muitas famílias atingidas. As mulheres exigem o direito às Assessorias Técnicas Independente, essencial para que as comunidades possam entender e negociar com os vários atores de reparação de forma minimamente justa. Sem essa assistência, as pessoas atingidas se sentem desamparadas e incapazes de defender seus direitos de maneira eficaz. A ausência de suporte técnico pode levar a decisões desfavoráveis e na perpetuação de desigualdades.

Atingida durante manifestação do 14 de Março na ALMG | Foto: Luiz Santana /ALMG

As mulheres não apenas enfrentam os desafios impostos pelo desastre-crime, mas também se tornam líderes em suas comunidades, promovendo a solidariedade e a resistência. O reconhecimento de seu papel é fundamental para a construção de um processo de reparação que seja verdadeiramente inclusivo e eficaz.

Que as vozes das Sônias, das Natálias, Valérias, Josianes, Cristinas, e tantas outras, suas pautas e reivindicações, ecoem e sejam ouvidas. Enquanto lideranças ativas em suas famílias e territórios, as mulheres da Bacia do Paraopeba têm propostas, tocam e inspiram projetos, denunciam violações e cobram pela efetivação de direitos.

Boa Leitura!

Nesta edição você também vai encontrar

📰 VOZES DA GENTE: Mulheres atingidas compartilham suas demandas para a reparação

📰 HISTÓRIAS ATINGIDAS: A moda e a sustentabilidade de Cristina da Silva em Igarapé

📰 QUEM É QUEM?: Os atores envolvidos no processo judicial e suas principais atribuições

📰 14 DE MARÇO: Audiência na ALMG e reunião com juiz marcam dia de luta contra barragens

Confira abaixo a edição completa do Jornal Vozes do Paraopeba

Você também pode solicitar uma versão impressa ao mobilizador ou à mobilizadora que acompanha sua comunidade

Contracapa

Cartaz da Formação em Direitos com Povos e Comunidades Tradicionais | Arte gráfica: Julia Rocha

Este Jornal é produzido com recursos provenientes do acordo de reparação. Honramos a memória das 272 joias ceifadas no rompimento da barragem da Vale S.A em Brumadinho, ocorrido em Janeiro de 2019

Equipe de comunicação Aedas Paraopeba: Aleff Rodrigues (designer), Diego Cota, Douglas Andrade, Elaine Bezerra (coordenação), Felipe Cunha, Isis de Oliveira, João Paulo Dias, Julia Rocha (designer), Júlia Rohden, Lucas Jerônimo,Valmir Macêdo (gestor operacional), Wagner Túlio Paulino (designer)